Longe da imagem de vilã ambiental, a agropecuária brasileira tem demonstrado nos últimos anos um potencial decisivo no enfrentamento das mudanças climáticas. Durante o Fórum Pré-COP 30, realizado na Dinapec 2025, em Mato Grosso do Sul, especialistas e autoridades destacaram como o setor vem adotando tecnologias sustentáveis que conciliam produtividade e preservação ambiental.
Práticas como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e o plantio direto se destacam como soluções eficazes para reduzir a emissão de carbono e melhorar a saúde do solo. Ao aliar produção agrícola, criação de gado e conservação florestal, a ILPF transforma propriedades rurais em sistemas produtivos mais eficientes e menos dependentes da abertura de novas áreas.
Dados recentes mostram que a produção brasileira de soja utilizando essas práticas emite bem menos carbono do que a média global: enquanto o mundo registra cerca de 2,3 toneladas de CO por tonelada de soja, áreas brasileiras com técnicas sustentáveis chegam a 1,3 — e até 0,7 tonelada em sistemas de agricultura regenerativa.
O Código Florestal também tem papel crucial, ao exigir que parte das propriedades seja destinada à preservação, principalmente na Amazônia. Isso contribui para a manutenção da biodiversidade e do ciclo das chuvas, indispensável para a agricultura. No entanto, especialistas alertam para os desafios ainda enfrentados, como o acesso a financiamentos e o reconhecimento internacional desses avanços.
Com a COP 30 marcada para este ano em Belém (PA), o Brasil tem a oportunidade de consolidar sua liderança global na produção de alimentos com responsabilidade ambiental — valorizando o que já foi conquistado e incentivando novas soluções para um futuro mais sustentável.
