O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, afirmou que a perda de protagonismo do PSDB foi causada pela polarização entre PT e bolsonarismo, rejeitando a ideia de incorporação por outra sigla e defendendo a fusão como opção. Em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, o tucano destacou que a incorporação extinguiria o partido e levaria a uma perda acentuada de quadros.
Riedel, que lidera um Estado onde 44 das 79 prefeituras foram conquistadas pelo PSDB no ano passado, integrará a frente de negociações com partidos como PSD, MDB, Podemos e Republicanos. "Não conseguiu manter o seu discurso dentro dessa polarização e não entrou também numa agenda que eu chamo de lateral ou periférica, que é uma agenda muito ideológica, de um lado ou de outro", disse sobre a atual situação do PSDB.
O governador admitiu que há opiniões distintas entre os que detêm cargo, voz e expressão dentro do partido sobre a aglutinação com outra legenda. "E existe a possibilidade de o PSDB permanecer PSDB", completou. Riedel citou os colegas governadores e parlamentares, destacando que cada região tem suas sensibilidades e que é preciso conciliar visões e preferências.
Para Riedel, é necessário manter a unidade e o espírito do PSDB em relação aos seus valores. "A incorporação não é boa nem salutar para o PSDB porque, na prática, extinguiria o partido. Aí você vai passar a ter pessoas dentro de um outro partido ao qual ele foi agregado, dentro de uma outra estrutura partidária", disse.
O governador rejeitou manifestar preferência por uma das legendas que abriram diálogo com o PSDB, declarando que a escolha será feita conforme a convergência de pensamento dos tucanos envolvidos nas discussões. "Eu não expresso a minha vontade aqui porque eu acho que ela acaba atrapalhando essa discussão do conjunto do PSDB", disse.