Adriane Lopes, do PP, em Campo Grande (MS), e Emília Corrêa, do PL, em Aracaju (SE), são as únicas mulheres eleitas prefeitas nas capitais brasileiras nas eleições deste ano. Em Campo Grande, Lopes já havia assumido o cargo de forma indireta em 2022, após a renúncia do prefeito Marquinhos Trad. Nesta eleição, ela disputou o segundo turno contra Rose Modesto, do União, e sua vice-prefeita eleita é Camila Nascimento de Oliveira, do Avante. Em Aracaju, Corrêa venceu Luiz Roberto, do PDT, que contava com apoio do atual prefeito e do governador local, enquanto recebeu suporte de Jair Bolsonaro.
Ambas as prefeitas destacam os obstáculos que as mulheres enfrentam na política, como dificuldades de financiamento e barreiras culturais. "A representatividade feminina em cargos executivos é reduzida, mesmo nas capitais", afirmou Corrêa. Lopes, por sua vez, considerou a vitória um avanço contra o conservadorismo e um incentivo para que mais mulheres se posicionem em esferas de poder.
No total, 728 mulheres foram eleitas para o cargo máximo do Executivo municipal, um aumento de 10% em relação a 2020. Este ano, 244 municípios elegeram prefeitas pela primeira vez, e o número pode aumentar, já que cinco resultados estão sob análise da Justiça Eleitoral. Os partidos lançaram 2.362 candidatas aos cargos em quase 2 mil municípios, e a taxa de sucesso foi de uma em cada três candidatas, representando um crescimento em comparação com a última eleição municipal.
Adriane Lopes ressaltou seu compromisso com a paridade de gênero nas lideranças da administração, com 40% dos cargos do primeiro escalão ocupados por mulheres. Sua gestão se concentrará em educação e saúde, com a ambição de construir o primeiro hospital municipal de Campo Grande. Em Aracaju, Emília Corrêa planeja um mandato focado no diálogo e na fiscalização, sempre priorizando os interesses da população local, independentemente de questões políticas.
Os dados mostram que metade das prefeitas eleitas vem de partidos centrados e que o MDB lidera o ranking com 129 prefeitas, seguido por PSD e PP. Nas maiores cidades do Brasil, além das capitais, Mogi das Cruzes elegeu sua primeira prefeita mulher já no primeiro turno.
