O governo federal divulgou, na quarta-feira, um conjunto de medidas para conter a alta dos preços dos alimentos, que tem sido um dos principais fatores para a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A principal iniciativa elimina a tarifa de importação de produtos essenciais, como carne, que tinha uma taxação de 10,8%, café (9%) e milho (7,2%), este último impactando diretamente nos custos das proteínas animais. O pacote também abrange o óleo de girassol e azeite de oliva, ambos com 9% de imposto.
Recentemente, os preços de diversos itens dispararam devido à inflação, com o café subindo 39,4%, óleo de soja 29% e carnes 20% em um ano. “Essas medidas visam reduzir preços e favorecer o consumidor, além de estimular o setor produtivo e o comércio”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin durante coletiva de imprensa, ressaltando a abertura de mão de impostos para melhorar a situação financeira da população.
O governo estima que o impacto nos cofres públicos será "mínimo", uma vez que a importação de muitos desses produtos é reduzida devido à alta tributação. Segundo Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a meta é aumentar a competitividade e baixar os preços internos, sem prejudicar pequenos produtores. Também foi anunciada uma recomendação para que estados zerem os tributos do ICMS, além de um reforço nos estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para garantir a oferta de alimentos. As novas medidas, que incluem parcerias com supermercados para ampliar a publicidade de ofertas, entrarão em vigor em breve, com duração indefinida, conforme a análise de impacto financeiro for concluída.