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Política

Eleições Municipais de 2024: Mulheres Prefeitas Predominam entre a Direita e Centro

88,5% das prefeitas eleitas representam partidos de direita ou centro, com destaque para MDB e PSD

30 outubro 2024 - 10h48Por Da redação

Nas eleições municipais de 2024, 728 mulheres foram eleitas como prefeitas, sendo que 82,5% delas pertencem a partidos de direita ou do centro. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) lidera com 130 prefeitas, seguido pelo Partido Social Democrático (PSD) com 104, e o Progressistas (PP) com 89. 

No segundo turno, apenas cinco mulheres saíram vitoriosas na disputa por prefeitos em 13 municípios, incluindo Adriane Lopes (PP) em Campo Grande (MS) e Emilia Correa (PL) em Aracaju (SE). Nenhuma candidata de esquerda foi eleita nesta fase. A análise dos resultados do primeiro turno mostra que 348 candidatos de direita ou centro-direita foram os mais votados, representando 47,9% do total, enquanto partidos de "centrão" elegeram 251 gestoras, e somente 129 prefeitas de esquerda e centro-esquerda.

Adriane Lopes, reeleita em Campo Grande, foi apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a eliminação do candidato que ele endossava. Por sua vez, Emilia Correa, que celebrou sua vitória como a primeira mulher prefeita de Aracaju, também está vinculada ao ex-presidente. No Tocantins, a candidata Janad Valcari não conseguiu superar Eduardo Siqueira (Podemos), apesar de sua forte conexão com o bolsonarismo.

De acordo com Hannah Maruci, doutora em Ciências Políticas pela USP, o perfil majoritário de prefeitas em partidos de direita é influenciado por diversos fatores, incluindo o maior financiamento político dessas legendas. O PL, por exemplo, geriu R$ 886 milhões em recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), representando 17,87% do total disponível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em um panorama geral nas eleições, as candidatas mulheres à prefeitura representaram apenas 15,2% do total, enquanto a proporção de eleitas ficou em 13,2%. No legislativo, o percentual de candidatas atingiu 35%, próximo à cota eleitoral feminina de 30%. Maruci aponta que as barreiras históricas, como uma estrutura machista e o baixo financiamento para mulheres, são fatores que contribuem para esse cenário desafiador.

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