Uma pesquisa abrangente realizada pela Futura Inteligência, empresa de pesquisa ligada à Apex Partners, entre fevereiro e dezembro de 2024, aponta que o setor de turismo no Brasil demonstra um comportamento de aquecimento, refletindo uma crescente vontade dos brasileiros em explorar novas localidades. O estudo, que incluiu a participação de mais de 57 mil pessoas nas 100 maiores cidades do país, revela que 46,7% dos entrevistados têm a intenção de realizar uma viagem nos próximos 12 meses, destacando-se que 28,1% deles já possuem planos concretos para viajar no intervalo de seis meses. Esses dados são indicativos de uma retomada nas atividades turísticas, especialmente em um cenário pós-pandemia, onde a experiência de viajar volta a ser uma prioridade para muitos.
O levantamento também trouxe à luz informações relevantes sobre o comportamento financeiro dos viajantes. O gasto médio dos entrevistados é de R$ 3.460,57, porém, essa média esconde uma grande variação que está intimamente ligada à capacidade financeira das famílias. Por exemplo, famílias com renda de até um salário mínimo investem, em média, apenas R$ 1.835,78 em suas viagens, enquanto aquelas com uma renda superior a 20 salários mínimos alocam cerca de R$ 14.450,52 para o turismo. Esse contraste reforça a ideia de que o planejamento das viagens está intimamente relacionado aos recursos disponíveis e à estabilidade financeira individual.
Quando se trata de destinos, a pesquisa revela uma forte preferência dos brasileiros por viagens dentro do próprio país. A grande maioria dos entrevistados, cerca de 86,4%, opta por visitar cidades brasileiras. Em termos de preferência, o estado de São Paulo se destaca, sendo escolhido por 12,9% dos entrevistados, seguido por Bahia (10,7%), Rio de Janeiro (9,6%) e Santa Catarina (7,4%). Esses dados confirmam a tendência crescente de valorização dos destinos nacionais, demonstrando um interesse em explorar a diversidade cultural e as belezas naturais que o Brasil tem a oferecer.
Outro ponto interessante da pesquisa foi a revelação de que a maioria dos entrevistados (60,6%) planeja e realiza suas viagens de maneira independente. Isso é especialmente verdadeiro entre o público mais jovem, na faixa etária de 25 a 44 anos, que tende a ser mais inclinado a fazer todo o planejamento por conta própria. Grande parte dos respondentes (69,4%) também mencionou que adquire itens e serviços relacionados às suas viagens com pelo menos seis meses de antecedência, sugerindo um comportamento de planejamento cuidadoso e uma tendência de antecipação nas decisões de viagem.
A pesquisa ainda se aprofundou no perfil dos entrevistados que demonstraram interesse em viajar para os estados conhecidos como “onças brasileiras”, que incluem Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Goiás. Ao todo, 4.901 entrevistados, representando 8,6% da amostra total, manifestaram interesse em destinos dentro dessa categoria, que é caracterizada pelo alto potencial de crescimento econômico e pela estabilidade institucional. Santa Catarina se destacou entre esses estados, atraindo a preferência de 43,5% do público, seguida pelo Paraná (21,3%), Goiás (14,7%) e Espírito Santo (11,8%).
Entretanto, o estudo também indicou que o gasto médio com viagens a lazer para esses destinos regionais é menor, totalizando R$ 2.731,84, abaixo da média geral de R$ 3.460,57. Essa discrepância pode ser atribuída ao perfil mais regional e acessível destes locais, enfatizando um novo nicho em desenvolvimento no cenário do turismo brasileiro. Com as informações reveladas por esta pesquisa, fica claro que o setor de turismo está se revitalizando, oferecendo oportunidades promissoras tanto para os viajantes quanto para a indústria do turismo como um todo.