Uma nova pesquisa divulgada pelo Banco Central (BC) indica que o risco fiscal continua sendo a maior preocupação para a estabilidade financeira do Brasil nos próximos três anos. A Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF) entrevistou 91 instituições entre 13 de janeiro e 5 de fevereiro, e revelou que 52% dos respondentes apontaram o risco fiscal como o fator mais crítico, destacando as preocupações sobre a capacidade do governo de sustentar sua dívida pública. Essa porcentagem representa um aumento significativo em relação aos 42% registrados na pesquisa anterior, evidenciando a crescente apreensão acerca do equilíbrio das contas públicas e suas possíveis implicações para a economia nacional.
Além do risco fiscal, a pesquisa identificou que 16% das instituições estão mais preocupadas com riscos internacionais, principalmente ligados à política econômica dos Estados Unidos e a conflitos geopolíticos que podem impactar a economia local. Esses fatores externos têm um papel importante na confiança dos investidores e na percepção geral sobre a estabilidade financeira. Em terceiro lugar, 13% dos entrevistados citaram o risco de inadimplência e as condições da atividade econômica interna como suas principais preocupações, refletindo uma leve alta em comparação ao levantamento anterior e um clima de incerteza sobre a recuperação econômica.
O levantamento também revelou uma deterioração na avaliação dos ciclos econômico e financeiro, com muitos especialistas indicando uma prevalência de condições de contração. Essa percepção negativa se traduz em uma menor disposição para assumir riscos, além de uma avaliação desfavorável em relação aos preços dos ativos e ao acesso a financiamentos. O aumento da percepção de queda no hiato de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) comprova a cautela crescente do setor financeiro, sinalizando que as instituições estão navegando em um ambiente desafiador e volátil, o que pode dificultar a retomada do crescimento econômico no futuro próximo.