A rotina digital em Mato Grosso do Sul ganhou um novo rótulo: o estado tem a pior internet da região Centro-Oeste. Segundo dados do Prêmio MelhorPlano.net, a velocidade média da banda larga residencial em 2024 foi de 157,09 Mbps, colocando o estado na 20ª posição no ranking nacional — atrás até do Acre, que lidera surpreendentemente com 335,20 Mbps.
A situação é crítica mesmo nas cidades mais desenvolvidas. Campo Grande teve a pior média de internet entre as capitais centro-oestinas, com 168 Mbps de download e 118,3 Mbps de upload. Já Três Lagoas e Ponta Porã aparecem entre os municípios com piores desempenhos, reforçando a precariedade da infraestrutura digital local.
Apesar da deficiência generalizada, alguns provedores se destacaram. A Vivo teve o melhor desempenho em velocidade e estabilidade na banda larga fixa, enquanto a Claro liderou na internet móvel. Já a DigitalNet agradou os gamers, e a Hokinet conquistou o maior índice de satisfação do cliente.
O estudo, que analisou mais de 9 milhões de testes de velocidade no país, evidencia um contraste nacional: estados historicamente mais isolados digitalmente, como o Acre, agora apresentam melhor desempenho que regiões mais centrais e urbanizadas como o Mato Grosso do Sul. O cenário reforça a persistente desigualdade digital, mesmo em tempos de alta demanda por conectividade.
Com centros urbanos em expansão, universidades e polos industriais, o estado ainda carece de investimentos que garantam uma internet eficiente. Enquanto isso, moradores seguem reféns de conexões instáveis, onde cada queda de sinal representa não apenas frustração, mas também um reflexo das prioridades públicas.