Mato Grosso do Sul está atravessando um período de grandes transformações, impulsionado por iniciativas como a Rota Bioceânica e a expansão do setor de celulose, que impactam tanto a economia quanto a infraestrutura local. Apesar das oportunidades, esses projetos apresentam desafios significativos, especialmente no que diz respeito à saúde pública. Com isso em mente, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), através da superintendência de Vigilância em Saúde, organizou o workshop “Saúde e Desenvolvimento – Mato Grosso do Sul” na Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser, em Campo Grande, no dia 23.

Na abertura, autoridades destacaram a relevância dos projetos atuais e o secretário-executivo de Gestão Estratégica e Municipalismo, Thanner Castro, reafirmou o compromisso do governo em apoiar um planejamento mais eficaz que resulte em políticas públicas efetivas. O secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões Corrêa, convocou servidores e gestores a aprimorarem a assistência à saúde, enquanto Ricardo Senna, da Semadesc, enfatizou a importância da tecnologia para resolver problemas. As discussões abordaram também a necessidade de alinhar o crescimento econômico à melhora dos serviços de saúde, visando o bem-estar da população. Particularmente, a Rota Bioceânica, ao conectar o Brasil ao Oceano Pacífico, poderia sobrecarregar os sistemas de saúde com o aumento do fluxo de pessoas e mercadorias.

Além disso, a Rota da Celulose, resultado de investimentos no setor, apresenta implicações para a saúde ambiental e ocupacional. Durante o workshop, especialistas e representantes das indústrias participaram de debates para desenvolver estratégias de mitigação e proteção à saúde da população. Danielle Ahad, apoiadora dos municípios envolvidos, ressaltou a importância de discutir os desafios com as lideranças de saúde pública para assegurar um crescimento sustentável. Outro tema abordado foi a Regionalização da Saúde, com foco na descentralização do atendimento em procedimentos de média e alta complexidade, visando que municípios menores possam oferecer serviços especializados. João Ricardo Filgueiras Tognini, assessor da SES, destacou que a regionalização é essencial para garantir acesso equitativo aos serviços de saúde.

O evento reforçou a necessidade de um sistema de saúde integrado, focado tanto na prevenção quanto no tratamento de doenças associadas ao crescimento industrial, ressaltando a importância de um planejamento que considere o aumento populacional e as novas demandas geradas.