Durante a Cúpula de Governadores, um avanço significativo foi dado para a exportação de gás natural da formação geológica de Vaca Muerta, na Argentina, para Mato Grosso do Sul, com passagem pelo Paraguai. Um memorando de entendimento foi assinado para a criação de um Grupo de Trabalho (GT), que ficará responsável por estudar a viabilidade do projeto e a construção da infraestrutura necessária para o transporte do gás pelo território paraguaio. Com vigência inicial de seis meses, o grupo analisará as condições de exploração do gás da província de Neuquén, onde está localizada a Vaca Muerta, uma das maiores reservas de gás de xisto do mundo, além de identificar outros depósitos de gás que possam complementar o fornecimento para o Brasil.

O governador Eduardo Riedel destacou o potencial do projeto para atrair indústrias e impulsionar o desenvolvimento econômico do estado, enquanto autoridades argentinas, como o ministro de Produção e Desenvolvimento de Salta, Júlio San Milan, ressaltaram sua capacidade de gerar empregos e fortalecer a matriz energética da região. O projeto inclui a conexão com o Gasbol (Gasoduto Brasil-Bolívia) e possui um custo estimado de US$ 2 bilhões, com o gás argentino previsto para ser comercializado entre US$ 8 a 10 por milhão de BTU, inferior ao preço atual do gás boliviano.

Cristiane Schmidt, CEO da MSGÁS, enfatizou a competitividade no preço do gás de Vaca Muerta e seu potencial impacto positivo no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. No entanto, a iniciativa enfrenta desafios relacionados a investimentos elevados e questões ambientais e sociais. As prioridades iniciais do GT são a construção de infraestrutura e a viabilidade do transporte de gás, prometendo assim fortalecer a integração energética entre Argentina e Brasil.