Agricultura Familiar de MS Entra no Mercado de Carbono Neutro em Projeto Inédito
Iniciativa Agroflorestal Permite que Pequenos Produtores Rurais Gerem Renda e Contribuam para a Sustentabilidade
Em um marco para a agricultura sustentável, Mato Grosso do Sul lança um projeto inovador que integra a agricultura familiar ao mercado de carbono neutro. Por meio da agrofloresta, um sistema que combina árvores, plantas e, em alguns casos, animais, cerca de 800 pequenos produtores rurais estão iniciando o plantio de 2,5 hectares cada, totalizando 2.000 hectares em agrofloresta. A iniciativa, que se estende pelos assentamentos do estado, permitirá que os produtores recebam créditos de carbono pela preservação e recuperação ambiental.
O projeto, desenvolvido pela Associação dos Produtores Orgânicos do Mato Grosso do Sul (APOMS) em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e com o apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e da Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), tem como objetivo gerar renda a partir da sustentabilidade. Entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, 95 produtores foram cadastrados, com 70 já recebendo 9 mil mudas distribuídas.
O programa, que abrange os três principais biomas do estado (Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica), promove práticas agroecológicas, redução do uso de insumos químicos e melhoria da fertilidade do solo. O diferencial do projeto é o pagamento pelo crédito de carbono da agrofloresta, possibilitado por meio de uma plataforma desenvolvida pela Rabobank Acorn.
O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, destacou que Mato Grosso do Sul é o primeiro estado do Brasil a ter um programa desse tipo, ressaltando a importância da Agraer na disseminação da tecnologia e assistência técnica. O secretário-executivo da Seaf, Humberto de Mello, enfatizou o ineditismo da proposta, prevendo a replicação da experiência para produtores em todo o país. A iniciativa demonstra o compromisso do governo estadual com a meta de carbono neutro até 2030 e a importância de envolver a agricultura familiar na luta contra as mudanças climáticas.