A Rota Bioceânica, que conectará o Brasil ao Chile através do Paraguai e Argentina, está prestes a se concretizar, com a expectativa de que a nova via reduza em até 90% o tempo de espera para importações e exportações. Atualmente, o comércio entre Mato Grosso do Sul e Paraguai é realizado principalmente por meio de Ponta Porã, onde caminhões chegam a esperar até 20 dias para a liberação de carga. Com a nova rota, esse prazo poderá ser reduzido para apenas dois dias, graças à construção de um complexo aduaneiro em Porto Murtinho, que facilitará a fiscalização.
O professor Lúcio Flávio Sunakozawa, especialista em direito aduaneiro, ressalta que a nova alfândega funcionará como um posto unificado, reunindo diversos órgãos de fiscalização, como Receita Federal, Anvisa e Polícia Federal, além das autoridades paraguaias. O uso de tecnologia, como inteligência artificial e a possível instalação de chips em contêineres para rastreamento via satélite, promete agilidade ao processo.
Para fortalecer a segurança contra crimes como contrabando e tráfico de drogas, o governo de Mato Grosso do Sul planeja um Centro Integrado de Controle de Fronteira, equipado com tecnologia de reconhecimento facial e monitoramento por câmeras. Com um investimento já destinado de R$ 40,6 milhões para obras em Porto Murtinho, e um adicional de R$ 472,4 milhões do Governo Federal, a infraestrutura necessária está sendo rapidamente desenvolvida.
Entre os dias 18 e 20 de fevereiro, Mato Grosso do Sul será palco de um evento com autoridades do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, onde serão discutidos avanços em infraestrutura, segurança, comércio exterior e turismo, no contexto da Rota Bioceânica.